domingo, 25 de julho de 2010

A mesma hora

Diversão, oração e dedicação,

São os mesmos fiapos de sentidos

Que surgem ao mesmo instante,

Prazer contido, emoção e glória.


Conte-nos suas emoções,

Faça-nos perceber o ritmo,

Não fuja do que não conheces,

Receba de bom agrado aquilo que pensas não merecer.


O tempo não existe por você,

Reclama tudo o que lhe tiram,

Curve-se e recolha suas sobras,

O nada absoluto não está aqui.


Conheça os rumos da recompensa

Por aquilo que ainda não fez,

Partilhe aquilo que pode

Na mesma hora irá triunfar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Livro - Sentidos do Tempo

Sentidos do Tempo
Depois de ser expulso da universidade americana onde lecionava por defender a tese de que é possível viajar no tempo, George se muda para o Brasil e leva uma vidinha pacata numa cidade do interior, em companhia da mulher Raquel. Um dia, durante uma tempestade, ele desaparece de casa. Depois de mover mundos e fundos para encontrar o marido, Raquel acaba entrando em contato com Edward, ex-aluno de George e professor de Física na mesma universidade onde ele lecionara. Chegando ao Brasil, Edward passa a estudar as anotações do ex-professor e descobre que ele não apenas desenvolvera secretamente sua teoria de viagens no tempo, mas que inventara um aparelho – a caixa preta – para tentar a viagem na prática.
Entre dúvidas e especulações, um misterioso recado surge no diário do George e faz com que Edward se disponha a repetir a experiência e viajar no tempo para localizar seu amigo e trazê-lo de volta ao presente.
O que acontece então?
Descubra nesta surpreendente história de C. Vagley, onde ficção, ciência, história e aventura se misturam e conduzem o leitor, ao melhor estilo de Júlio Verne, a repensar o que sabe sobre o presente e o passado, descobrindo que o tempo está longe de ter um único sentido.

Encontre nas livrarias:
- Saraiva
- Siciliano
- Cultura
- Fnac

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Escalador de Nuvens

Pedro não se conformava com a vida que estava levando. Preso a uma cadeira de rodas, sua mente sempre estava repleta de lembranças dos momentos que antecederam o fatídico acidente de carro que lhe tirou os movimentos das pernas.

A festa, os amigos, as gargalhadas e os mais ínfimos detalhes. O número de passos até sentar-se atrás do volante, os minutos, o que falara e os outros também. Procurava incansavelmente algum detalhe no passado que pudesse ter-lhe salvo daquele destino. Conseguia apenas com isso se desencantar, entristecer-se. Mas a todo o momento procurava uma saída naquilo que não tinha mais volta. Se não tivesse com tanta pressa de sair da festa? Se não tivesse parado para conversar com aquela pessoa? Se o carro tivesse falhado ao sair...

A vida de Pedro de resumira a pensar no "Se" houvesse acontecido algo que pudesse ter evitado o acidente. O tempo passava e tudo o angustiava. Parou de estudar, perdera o estágio que fazia e os "amigos" dificilmente o procuravam para uma conversa que fosse, pois Pedro se tornara uma pessoa extremamente "amarga". Havia desistido de praticamente tudo.

Uma certa noite Pedro, na varanda do apartamento que dividia com sua mãe viúva, olhava o movimento da rua e começou a prestar mais atenção aos detalhes de tudo que ocorria ali a sua volta. O prédio que estava ficava numa esquina de uma rua movimentada com outra transformada em um calçadão, na qual se projetava a sua varanda. Isso lhe dava uma visão estratégica de uma ponta a outra do mesmo.

A princípio apenas como algo para passar mais rápido o tempo, que dizia ser seu maior suplício, ficava a olhar as pessoas que vinham e iam apressadamente e outras tantas de maneira despreocupada. Ao reparar numa especificamente, Pedro a seguia com os olhos desde o início da rua. Reparava em seus passos, se eram lentos ou não, sua cadência e até a velocidade entre um ponto e outro que passava, de uma árvore até a lixeira laranja, de um desenho a outro do mosaico que decorava o passeio. Isso tudo, de certa forma, amenizava aquela que já era sua mania de pensar no que poderia ou não ter acontecido no passado.

Uma certa hora apontou na esquina e virou para sua rua uma mulher de vestido azul, negros cabelos compridos ao vento, batom vermelho percebidos ao longe, sapatos pretos e brilhantes, barulhentos ao tocar no chão; toc toc, toc toc, que Pedro escutou logo que ela deu o primeiro passo após a esquina que conseguia avistar.

Aquela mulher por algum motivo lhe chamara muito a atenção, não somente pela beleza, pois já havia visto muitas outras beldades, mas o conjunto de detalhes, a forma de andar, de movimentar os braços, a cintura. Aquela criatura conseguiu fazer com que o tempo fluísse de uma maneira singular, própria de momentos de um filme onde um instante demora a acontecer. Os intervalos entre os passos e o que ocorria neste ínterim invadiam seu pensamento. De onde era? por que estava ali? Onde havia de ir?

Após percorrer toda rua a mulher postou-se diante o meio fio da calçada, bem abaixo de onde estava, para atravessar a rua. Parada, olhou para o lado do fluxo da via, esperou dois carros e uma moto passar. Com ar despreocupado e mente totalmente levada por algum pensamento, coloca seu pé direito na rua.

Pedro, como estava fazendo pelos longos últimos 100 metros percorridos pela morena, observava a cena, quando percebeu um carro saindo apressadamente de uma garagem, que de forma totalmente inconseqüente dá sinal de que vai entrar na rua pela contramão a poucos metros da mulher que, atentando aos veículos que acabavam de passar a sua frente pelo sentido correto, coloca o segundo pé na rua para começar a atravessar. Velozmente o carro recém saído da calçada por detrás de uma banca de jornal, avançou para cima da mulher que não percebia o perigo.

Desesperado e num impulso sem consciência, Pedro, com suas mãos não muito fortes, coloca seu corpo para frente e para cima apoiando nos braços da cadeira de rodas e se põe em pé. Por um pequeno instante parece flutuar. No momento seguinte, com a força do impulso bate o peito na grade da varanda e fica com a metade do corpo para fora, praticamente dependurado no segundo andar do prédio. Com a pancada na barriga e o susto de seu próprio ímpeto, apenas conseguiu soltar de dentro de suas entranhas um vigoroso e rouco som:

— Eiiiiiiiiiiiiii

A mulher, não sabendo de onde vinha o grito, desviou o olhar da linha que pretendia seguir até o outro lado da rua e voltou-se para seu lado esquerdo, de onde vinha o carro pronto para acertá-la. Deu um passo para trás, o carro freou, mas a pegou de raspão, o que a fez cair de costas e bater a cabeça no chão. A linda morena, com os cabelos agora sobre sua face está caída e fica desmaiada por alguns segundos. Recobrando a consciência, abre os olhos e com as imagens em sua retina ainda turvas, olha para cima, no que vê um homem bem no alto, como que a aparecer no meio das nuvens, com um grande sorriso de alegria e conforto ao perceber que estava bem. Parecia um anjo, outrora muito triste que havia realizado um sonho.

Pedro, ainda equilibrando-se com a metade do corpo para fora da varanda, permanece ali até a linda mulher de azul levantar-se amparada pelos que ali passavam. Tudo havia ocorrido em menos de um minuto. Ainda com a força dos braços conseguiu pendular-se para dentro da varanda.

No momento que percebeu estar em segurança, em pé, apoiando-se somente com uma das mãos, teve um turbilhão de pensamentos e questões começaram a lhe brotar:

E se ele não tivesse gritado para a mulher? E se ele não tivesse perdido tanto tempo pensando no passado? e se começar a tentar a andar novamente? e se começar uma nova vida? E, se ele quiser, poderia até escalar as nuvens.

Crônica do Tempo

Sempre ouvimos , a cada década que passa, que o Homem aumenta a sua expectativa de vida. Isso devido a vários fatores, entre eles melhor alimentação, conforto, remédios mais modernos e assim por diante. Mesmo nas nações mais pobres essa expectativa se tornou maior.
Comparado ao "Homem das Cavernas" temos hoje pelo menos o dobro de tempo de vida, em alguns locais do planeta até o triplo.

Pois bem. Atualmente, você não tem a sensação de que o ano passa muito rápido?
Quando chega Novembro, até parece que você ainda tem um fiapo do pernil assado do Natal passado no dente?

Ainda para ajudar, quando é Março, as montadoras de carro anunciam o novo modelo de carro do ano seguinte.

As lojas decoram suas vitrines de Natal em Outubro.

Mas isso tem uma explicação, que a maioria dos físicos ainda desconhecem:

- A noção de tempo que temos, originalmente, é a da existência da noite e do dia. Termina um, começa o outro.
- Após isso, o Homem criou a contagem do tempo através das estações perceptíveis do ano, coincidindo com a criação da agricultura. A época de plantio e colheita deveria ser respeitada a risca, pois senão era fome na certa.
- Com a evolução do conhecimento, criamos o primeiro calendário, cada civilização tinha o seu, uns mais avançados e outros nem tanto. Porém, todos tinham a função de definir basicamente a época de se fazer as coisas.
- Hoje temos um calendário quase universal e também a contagem do tempo através de horas, minutos, segundos e suas seguidas divisões.

Tudo isso, por mais tecnologia que se possa criar, tem um referencial: A rotação da terra. A cada volta em seu próprio eixo significa um dia.

A Teoria:

" Não é o Homem que está com maior expectativa de vida, é o tempo que passa mais rápido"

A Explicação:

Como disse, a única referência que temos para um dia inteiro é a rotação da terra em seu próprio eixo e, por seguinte, o quanto a terra demora para dar a volta completa em torno do sol.
O Universo está em expansão, cada vez mais rápido.

A terra está com a rotação mais rápida e também sua velocidade em torno do sol, na mesma proporção.

A fisiologia do corpo de qualquer animal na terra, sua divisão celular e envelhecimento, não respeita o dia, a noite e sua velocidade e sim o tempo linear universal.

Quer dizer: Vivemos o mesmo tempo de nossos ancestrais das cavernas, apenas nosso tempo passa mais rápido.

Quer uma ajuda para atenuar essa velocidade com que você observa o tempo passar?

- Jogue fora o celular

- Leia mais e assista menos televisão

- Converse com sua família

* Para perceber o tempo passar muito devagar, experimente:


- Pegar uma fila do INSS e ficar olhando no relógio o ponteiro dos minutos até ser atendido
- Entrar com um processo na justiça comum e aguardar ansioso o resultado
- Esperar os impostos diminuírem
- Chegar no horário a um compromisso
- Ir a um cartório e pedir qualquer coisa um pouco mais complicada
- Aguardar com esperança que algum Grandão corrupto da política seja preso, por um bom tempo, no Brasil